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Publicado em 22/11/2019
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Auditora do ES quer desenvolver modelo estatístico para identificar fraudes fiscais

Texto e foto: Weverton Campos

A auditora fiscal da Receita Estadual Sarah Prates Vantil Zouain, 33 anos, está dedicando seu trabalho de mestrado em Gestão Pública na Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) para desenvolver um modelo estatístico que, por meio da seleção das variáveis mais importantes, vai determinar a probabilidade de uma empresa estar cometendo fraude fiscal.

"A minha ideia sempre foi levar um problema prático para que fosse provida uma solução pela academia, que tem mais recursos de discussão e orientação. Então firmei esse objetivo de encontrar uma solução mais rápida para identificação de fraudes. Aquilo que a gente já faz hoje, claro, mas que depende da experiência de cada um e da experiência do setor acumulada ao longo do tempo", explica.

"A gente possui muitos dados disponíveis. Então a ideia é identificar nos dados que temos hoje quais são os mais relevantes para identificar essas empresas. Aqueles que são, de fato, determinantes para identificação de fraudes, como, por exemplo, dados cadastrais, dados das operações, dados externos [como das administradoras de cartão], dados de arrecadação, entre outros", continua.

O trabalho de mestrado, cuja previsão de apresentação é março de 2020, tem suas complexidades. "A Supervisão de Monitoramento cuida de todos os setores, mas cada setor tem um tipo de modus operandi das empresas noteiras. Algumas são criadas só para fazer remessa interestadual, como nos casos da sucata e granito. Já as bebidas vêm sem substituição tributária. Cria-se empresa para receber de outro Estado e não recolher substituição aqui no Espírito Santo", exemplifica.

A banca de Sarah será formada pelos professores Rogério Zanon (auditor fiscal aposentado e diretor de comunicação do Sindifiscal), Luiz Cláudio Louzada e Marison Luiz Soares. Vale ressaltar que o mestrado em Gestão Pública da Ufes tem vagas destinadas exclusivamente a servidores públicos estaduais.

"A academia nos permite sair do operacional para pensar na solução de problemas, o que é muito importante, já que muitas das vezes um problema não é só de um setor. É um problema relevante também para a academia e toda a sociedade", conclui.